terça-feira, 6 de julho de 2010

• Capitulo 6





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_SOPHIAAAAAA , ACORDA!
Sim, era a minha mãe berrando lá de baixo. Olhei pro relógio. 6 horas da manhã. Era muito cedo pra minha mãe ficar gritando daquele jeito, a não ser que...
_ Mãe, a gente vai agooora? – berrei também.
_ Vamos sair às 8 horas. Mas se arruma logo porque demora pra arrumar tudo no carro.
Esqueci que tinha que acordar cedo em pleno sábado e fiquei com medo de não dar tempo de me despedir.
Me arrumei como se um furacão passasse pla cidade e já fui ligando pra Alice, tinha certeza que ela estaria dormindo, mas era urgente! “Essa idiota não vai atender esse celular não?” – pensei. Caixa postal. Liguei de novo, ela atendeu com uma voz rouca:
_Alô?
_Alice é a Sophia, se arruma que eu to indo aí, é urgente!
_hã? Taah bom neh.
_BeijO :*

Desci. Nem tomei café e saí de casa antes que minha mãe sentisse minha falta. Talvez com toda essa correria, nem daria tempo de ver a Alice e o Edgar antes de ir. Mas eu quis arriscar. O sol ainda estava amanhecendo quando sai correndo pela rua, era tão deserto, tudo tinha um semblante triste e sombrio. Bem apropriado! – pensei repentinamente! – Aquele seria mesmo um dia triste e sombrio.
Cheguei na casa da Alice, chamei e ela abriu a porta ainda de pijama coçando os olhos, protegendo-os contra o sol que nascera! Abracei ela como nunca tinha abraçado antes, um abraço que eu não queria que acabasse, talvez o ultimo em muitoo tempo. Ela olhou em meus olhos e começou a chorar entendo tudo. Eu me senti péssima vendo que nós, que nos considerávamos irmãs, teríamos que nos separar, eu não me enxergava sem ela em minha vida, e essa separação me corroía. Chorei também. E não falamos nada por um tempo, apenas ficamos ali mesmo, abraçadas e chorando:
_Eu amo você Sophia, minha irmã. Nunca vou te esquecer pode ter certeza disso! – ela disse como se forçasse pra não chorar mais ainda.
_Eu também te amo Alice querida. Eu sempre estarei ao seu lado, e vou ficar enchendo você todo dia, você vai ver! – eu disse, enxugando minhas lagrimas e tentando com um sorriso esquecer um pouco da dor.
_Ai de você se não fizer isso. Haha. Por que você tem que ir tão cedo amiga?
_Porque eu vou ao velório do meu avô Chavier. – não gostava de falar sobre isso.
_Aaah. Sinto muito “/
Outro abraço! 
_Agora tenho que ir Alice, vou passar na casa do Edgar, e minha mãe nem sabe que eu saí.
_Tudo bem. Boa viagem amiga, e boa sorte na casa nova.
_Obrigada amiga, aproveita aqui em Jasmine por mim.
Choramos de novo. Nunca vi duas garotas mais melosas que nós duas. 
Soltar a mão dela foi tão difícil. Não queria partir, não mesmo! 
Saí correndo de novo, o céu havia mudado repentinamente, agora estava lindo, sem nuvens e o sol brilhando sozinho no céu. Parei um pouco pra descansar, eu não era muito de fazer exercícios e me cansava fácil. Aproveitei e liguei pro Edgar.
_Alô?
_Edgar, é a Sophia, to indo ai na sua casa tah?
_tah pode vir.
_ok. Beijo.
_beijos.

Estava perto da casa dele e fui andando mesmo, tinha cansado de correr e eu não queria chegar suada. Virei a esquina e lá estava ele, na porta me esperando, de bermuda e uma regata branca. Cada dia que passava ele ficava mais lindo! Aaaah Edgar, aquele mesmo olhar que eu sempre me hipnotizei estava bem ali, intacto! Ele veio em minha direção e me abraçou. Eu me joguei nos braços dele. Eu podia ouvir o seu coração bater forte, podia sentir seu cheiro e podia jurar que sentira uma gota de lagrima cair em meu ombro. Eu me entreguei naqueles braços confortantes e aquele abraço que só ele me dava. Eu podia ficar hooooooras ali, mas sabia que tinha que correr. Eu chorei, ele me olhava, e aqueles olhos me davam paz. Sentamos na varanda da casa dele. 
_ A vida é tão injusta. – Ele disse de repente. 
_Injusta pra mim é pouco.
_ Quando eu finalmente encontro a pessoa mais maravilhosa que já conheci em toda a minha vida, ela simplesmente vai embora...
Chorei mais ainda. Incrível como tudo aconteceu ao contrario pra gente. 
_ Posso dizer o mesmo Edgar. Acredite, eu não queria ir e deixar você aqui.
Ficamos ali abraçados, admirando aquela manhã que de triste e sombria se fez linda, como se pudesse me desejar Boa Viagem. Pra mim era um momento triste e ao mesmo tempo mágico estar ali com ele. Eu o amava, e percebia isso nítido como um cristal. A vida é realmente injusta. Esquecê-lo seria a coisa mais difícil que eu teria que fazer por ele e por mim mesma. Eu não me cansava de olhar aqueles olhos, seria a ultima vez que os veria. 
Olhei no celular. Eram 7:15hs. Minha mãe ia me matar!
_Eu tenho que ir agora Edgar. 
_Obrigado por existir Sophia, e nessa ultima semana fazer eu me sentir feliz como nenhum outro dia.
_Obrigada você Edgar, por tudo o que fez por mim. 
Ele me abraçou forte e disse no meu ouvido: “E-eu te amo”.
Ele segurou meu queixo e me beijou. Aaaah, Aquele beijo, um beijo doce, carinhoso. Ele colocava a mão na minha nuca e mexia em meus cabelos e eu ali o abraçando fazendo carinhos em seus braços.E enquanto ele me beijava eu sentia que Edgar realmente me amava. E percebi que essa ultima semana ELE me fez sentir feliz como nenhum outro dia, e uma semana bastou pra eu me apaixonar por ele! Aaah eu não queria mais sair daqueles braços, não queria parar de beijá-lo! 
Ele parou, olhou em meus olhos. Dei um sorriso. Ele sorriu de volta, mas percebi uma lagrima em seu rosto.

Não consegui dizer nenhuma palavra depois disso. 

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